Integrada na Comemoração dos 50 anos de elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, abriu ao público, no dia 20 de Abril, na Galeria Diana Bar, a Exposição de Pintura de Nadir Afonso “Ainda não deu hora nenhuma”. A mostra de trinta e duas telas e vinte e seis guaches que viajaram de Chaves, cidade onde nasceu o artista pintor e arquitecto, é promovida pelo Museu Internacional de Arte Contemporânea da Póvoa de Varzim (MIAC) em colaboração com a Câmara Municipal.
Na inauguração, a directora da Fundação Nadir Afonso explicou o título da exposição “Ainda não deu hora nenhuma” porque é assim que começa ‘O Marinheiro’ de Fernando Pessoa, uma peça de teatro escrita em 1913. E como “estamos aqui junto do mar, pareceu-nos que seria uma boa opção”. Se observarmos com atenção, a imensa maioria das obras dão cor a figuras humanas, o mar e a praia.
Para a mulher de Nadir Afonso, “é como se fosse um regresso à infância, porque a Póvoa de Varzim era a praia de eleição da maioria das pessoas de Chaves”, onde se incluía o Nadir, como se pode ver numa fotografia com a família publicada no catálogo da exposição oferecido aos presentes.
Por sua vez o curador, Tomás Carneiro, recordou a última passagem do pintor, arquitecto e pensador pela cidade do Cego do Maio, decorria o ano de 1976, nos Encontros de Artes da Póvoa de Varzim. Nesse acontecimento artístico, Nadir Afonso interveio no café Diana Bar com um grupo de artistas – Graça Morais, Albuquerque Mendes e João Bicho. Desconhece-se o destino dos trabalhos, apenas que teriam sido entregues à empresa Sopete concessionária, na altura, do Casino da Póvoa.
Aires Pereira enalteceu a importância de expor na Póvoa o trabalho de Nadir Afonso, destacando a recuperação de um edifício que nasceu entre areias em 1940: “Temos há muito tempo uma dificuldade, que é ter na Póvoa de Varzim um local para fazer exposições, e o Diana Bar tem muita luz, às vezes tem luz a mais e nesse sentido também dificulta”. Foram no entanto criadas condições para que outras exposições ocupem o primeiro andar do histórico edifício, onde o homenageado e perpetuado pela autarquia com uma escultura junto à antiga lota, Professor João Marques, se juntava em tertúlia com figuras como o cineasta Manoel de Oliveira, Professor Flávio Gonçalves, José Régio ou Agustina Bessa-Luís.
Segundo o Presidente da Câmara, outras homenagens escultóricas se seguirão. Em breve e a seu tempo uma obra de José Nobre honrará a memória de Susana Peixeira, “uma mulher de armas, que tanto diz à classe piscatória poveira”. Quem também será homenageado pelo município, com uma estátua é José de Azevedo, “uma pessoa que diz muito à cultura popular poveira”, a escultura é de Margarida Campos. Há ainda para inaugurar no Parque da Cidade uma escultura com mais de cinco metros a representar um pássaro que saiu das mãos de Guilherme Fonseca.
Aires Pereira finalizou a sua intervenção com uma revelação “a aquisição por parte do Município do Palacete Villa Georgette”, uma construção de estilo romântico dos anos 20 do século passado, projectada pelo arquitecto Gonçalo Arthur Cruz, localizada na Av. Mouzinho de Albuquerque, e que será um novo espaço de cultura.
Quem esteve também presente foi Macedo Vieira, Presidente da Comissão de Honra das comemorações do cinquentenário da cidade. Quanto à exposição “Ainda não deu hora nenhuma” pode ser visitada até 20 de Julho.
José Peixoto