Voz da Póvoa
 
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Luís Portela Conversou Connosco n’A Filantrópica

Luís Portela Conversou Connosco n’A Filantrópica

Cultura | 11 Março 2023

 
 
A Filantrópica, entre outras iniciativas que nos explicam a razão pela qual deveríamos ter um tempo disponível para a reflexão, convida pessoas sem preconceitos e de forma convicta nos diz “Venha Conversar Connosco”, porque - temos sempre um convidado ímpar da sociedade portuguesa.
 
Numa conversa moderada pelo professor universitário e médico dentista, Afonso Pinhão Ferreira, no dia 24 de Fevereiro, durante cerca de hora e meia, ficámos a conhecer melhor o ex-presidente do Conselho de Administração da Bial, Luís Portela que desde 2021 preside à Fundação Bial, que nasceu com a missão de incentivar o estudo científico do ser humano, quer do ponto de vista físico, quer espiritual.
 
A viagem atravessou a infância em Águas Santas, onde nasceu em 1951, um tempo em que quis ser frade, monge tibetano ou médico, sobretudo ser útil ao outro. Embora, o seu pai tivesse preferido economia ou farmácia, escolheu medicina que exerceu durante três anos no Hospital de S. João, tendo também dado aulas de Psicofisiologia, na Faculdade de Medicina do Porto durante seis anos. Depois de perder o pai, assumiu em 1978 a presidência da Administração da Bial, dedicando-se por inteiro à sua inovação e desenvolvimento, de tal forma que a empresa aboliu todas as fronteiras para se tornar uma referência na indústria farmacêutica internacional. Luís Portela é neto do fundador da Bial, Álvaro Portela, que em 1924 se tornou o único proprietário da empresa, que fundara cinco anos antes com um sócio.
 
“Cresci a pensar que gostava de ser médico, gostava de ajudar os outros e gostava de contribuir para que as pessoas se conhecessem melhor. Também queria fazer uma investigação no aquém e no além, na área das neurociências, mas também na área da parapsicologia porque achava que havia muitos neurónios que não sabiam para o que serviam e ainda hoje há, e também achava que haviam muitos fenómenos descritos desde a antiguidade que não estavam explicados e que era obrigação da ciência investigar. Foi essa razão que me levou para a medicina e queria fazer a minha carreira como lírico e investigador”, revelou Luís Portela.
  
A relação profissional e a pessoa que somos, precisa da nossa entrega e disponibilidade: “Na vida nós devemos ser bastante exigentes connosco próprios. Para mim isto é um mundo escola, estamos aqui para aprender, procurar a melhor versão de nós próprios, dar o nosso melhor, procurar fazer as coisas bem, termos gozo e prazer em fazermos as coisas bem, o melhor possível. Portanto, acho que nós temos que ser exigentes connosco, exigentes de uma forma que flua, que dê prazer, não é o exigente pesado, o exigente castrante. Não, pelo contrário, é o exigente criador, deixar as coisas fluir. Mas, acho que perante a vida nós não devemos ser exigentes, devemos deixar que a vida flua em nós próprios”.
  
Luís Portela assumiu que nunca precisou de gritar para um colaborador e traduziu desta forma a paz guerreira que vivemos: “Eu acho que a autoridade tem que ser uma autoridade serena, olhos nos olhos, toma lá dá cá, na vida somos todos iguais uns aos outros. É muito importante a força do exemplo, quem quer exigir dos outros tem que dar primeiro, com muito respeito, com os valores em sintonia. Ninguém tem o direito de se exaltar com os outros, não é assim que se constroem as coisas bonitas. As coisas bonitas constroem-se de uma forma pacífica, em clima de paz e harmonia e, lá mais no topo, em clima de amor uns com os outros, de uma forma positiva e construtiva”.
 

Por: José Peixoto

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