Voz da Póvoa
 
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O Templo Diana Bar Foi Fundado há 80 Anos

O Templo Diana Bar Foi Fundado há 80 Anos

7 Julho 2020

As pessoas da Vila da Póvoa vestiram o seu melhor trajar domingueiro para partilhar as mesas, onde o café foi servido pela primeira vez, a 7 de julho de 1940.

Depois, a história conta, uma quase obrigação de visita ao templo, que recebeu imensos vultos da cultura universal, como o poeta e escritor José Régio, a escritora Agustina Bessa-Luís, o Cineasta Manoel de Oliveira, o também poeta Flávio Gonçalves, o historiador Padre João Francisco Marques ou o professor Luís Amaro. Talvez a memória seja curta, sem intenção de apagar ninguém, mas deste lado do coração, não esqueço a poeta Flora Ramôa ou as professoras Conceição Nogueira e Carmo Caimoto que usavam as mesas do café como local de trabalho, a preparar aulas ou a corrigir testes. Depois aparecia a Doutora Zulmira e abria um descanso de tertúlia.

No tempo em que a melhor passagem de ano era na Póvoa de Varzim, as melhores bandas nacionais, no Diana Bar, montaram palco para as suas canções. Os mais maduros da vida, não esquecerão, também, os famosos bailes que por ali se fizeram para um passo de dança alegar.

Talvez não saiba, mas Aparício Quintas, fundador do MAPADI, depois do jantar, ali sentava com a sua esposa a tomar o seu café. A visita era curta, mas diária.

Seriam tantas as histórias que a Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, que disponibiliza na Internet notícias da imprensa local, sobre a inauguração e fotografias que retratam a história do edifício, seria talvez pequena para lá caber toda a memória em livro. Da minha parte, habituei-me a frequentar aquele templo, desde a minha adolescência até ao triste dia do seu último café.

É certo que a autarquia, a tempo da sua mais que provável demolição, assumiu responsabilidades e ali criou mais um polo de cultura, que deveria ser entendido por todos como tal. E se algum dia, por iniciativa cultural, alguém se lembrar de voltar a servir café naquele lugar de culto, lá estarei para o saborear.

Até lá, a Biblioteca Municipal, para que a data fosse lembrada, disponibiliza um folheto, destacando a relação do grande José Régio, com o Diana-Bar, evocando os 50 anos do falecimento do escritor, que se inspirou e publicou, poesia, crónica, romance, conto, critica literária, teatro e ensaio (17 de setembro de 1901 – 22 de dezembro de 1969).

Diana Bar foi durante a sua existência de café o lugar de encontro e referência, dentro ou à porta, para quem vinha de visita à Vila que se fez Cidade.

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