Voz da Póvoa
 
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Junta de Freguesia Quer Ver a Leicar Cancelar a Feira de Gado em Rates

Junta de Freguesia Quer Ver a Leicar Cancelar a Feira de Gado em Rates

29 Março 2020

A Leicar terá que decidir ainda hoje se mantém ou cancela a feira do Mercado de Gado, na Vila de São Pedro de Rates, que está prevista para segunda-feira. Se por um lado o Ministério da Agricultura autorizou, desde que seja tratada a cadeia alimentar e dentro de um plano de contingência prevista, a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal não autorizam a realização do mercado.
Também a Direção Geral de Alimentação e Veterinária informou que “não aprovava o evento e que, se fosse realizado, não enviaria técnicos para vigilância sanitária”.

A posição da Junta de Freguesia, segundo o presidente Paulo João, foi comunicada à administração da Leicar há uma semana: “Antes mesmo do comunicado da Câmara Municipal, liguei pessoalmente ao presidente da Leicar a informar que a Junta de Freguesia não estava de acordo com a realização de uma feira em que, embora envolvendo menos comerciantes de gado do que é habitual, estaríamos sempre contra, até porque envolve a vinda de pessoas de fora do país, nomeadamente de Espanha. Reconhecendo os impactos que isso pode ter a nível económico, primeiro estão as pessoas, que naturalmente estão preocupadas com a possibilidade de algum contágio. Não é só a Leicar, todo o comércio e indústria de Rates está a sofrer os impactos negativos desta pandemia”.
 
O presidente da Junta de Rates acredita que a feira será cancelada e faz um apelo: “A Leicar ainda vai a tempo de cancelar esta feira de gado, mas se não o fizer, saiba que é contrária ao que a junta pensa e é contrária àquilo que são as Recomendações da Direcção Geral de Saúde e da própria Câmara Municipal. Acredito que vai ser cancelada porque os últimos dados que disponho, cerca de 200 agricultores que deveriam ter feito registo obrigatório para a venda de gado ainda não o fizeram. Até ao momento não haverá registos, por isso penso que a direcção da Leicar acabará por cancelar. A recuperação económica tem que ser pensada depois desta faze de pandemia que a todos afecta. A saúde das pessoas está primeiro”.

É sabido também que “o Mercado de Gado contraria as orientações aplicáveis na atual situação de estado de emergência, como constitui um ajuntamento de pessoas e de animais vivos provenientes de diversas localidades nacionais e de fora do país, colocando em risco a Saúde Pública, dada a potencial propagação da pandemia COVID-19”, como se pode ler no documento do Delegado de Saúde da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, seguindo as recomendações da Direcção Geral de Saúde, em relação ao declarado Estado de Emergência.

O impacto da pandemia também se fez sentir nas obras que decorriam na freguesia, nomeadamente a instalação do saneamento básico, como referiu Paulo João: “Praticamente tudo parou. A empresa que estava a executar a obra de mais impacto na freguesia, a instalação da rede de saneamento básico, parou há mais de uma semana. É um grupo de trabalhadores que vem de fora, de Penafiel e arredores. A empresa suspendeu a obra que retomará em breve. Isto depois de passar por um período de quarentena dos funcionários. Como disse, as pessoas estão primeiro”.

Em relação ao Centro Social o presidente faz um agradecimento aos funcionários. “Ainda ontem estive em Videoconferência com as funcionárias que voluntariamente decidiram fazer turnos de oito dias, mantendo-se durante esse tempo no Centro Social, 24 horas por dia, sem ir a casa a bem da segurança. Terça-feira sai o primeiro grupo e entrará outro e assim sucessivamente. O meu agradecimento a estas pessoas. Penso que são medidas fundamentais e adequadas à prevenção e segurança das pessoas. Gostava também de realçar a posição de grande civismo das pessoas de Rates que tem aderido às posições da DGS. Relativamente às instituições e ao comércio em geral, todos tem cumprido as regras e diretrizes, na questão da quarentena e da prevenção. Em relação a medidas de prevenção tomadas pela Junta em consonância com a Câmara Municipal, como a desinfecção das ruas, espaços públicos, contentores e eco pontos, temos tido a colaboração dos agricultores, neste momento estão 18 a fazer a desinfecção, mas todos manifestaram disponibilidade”, conclui Paulo João.

 

 

 

 

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