Francisco Regufe, autor de dezenas de marchas de São Pedro, deixou-nos há dois anos, no dia em que as rusgas se exibiam no Estádio do Varzim. Nunca é demais lembrar este poveiro, que escreveu marchas para todos os bairros e vivia as festas de São Pedro com a inquietude de um menino e a jovialidade de um adulto. Francisco Regufe foi homenageado, em 2013, pela Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim, presidida por Daniel Bernardo. No mesmo ano, no Encontro de Rusgas, Macedo Vieira, presidente da Câmara, agraciou o grande compositor com uma réplica da Lancha Poveira do Alto, pelo enorme contributo que a sua criatividade ofereceu à cultura local, mas o maior reconhecimento veio do prolongado aplauso do público presente no Estádio do Varzim. Enquanto houver memória, Francisco Regufe viverá em cada rima, em cada marcha, em cada rusga que caminha, balança e dança nas festas de São Pedro.

O Museu Municipal recordou, na segunda feira, os 100 anos da morte de um dos maiores heróis poveiros. Manuel António Ferreira, mais conhecido por “Patrão Lagoa”, deixou de salvar vidas em 7 de Julho de 1919. O arrojado pescador notabilizou-se em vários salvamentos, com destaque para a participação nas operações de salvamento do navio da Armada Portuguesa “S. Rafael”, que naufragou na Foz do Ave em 20 de Novembro de 1911, mas também no salvamento dos passageiros e tripulantes do vapor inglês “Veronese”, que encalhou nos penedos da Boa Nova, a norte de Leixões, em 16 de Janeiro de 1913. O herói poveiro foi patrão do salva-vidas e participou, com uma tripulação que integrava três dos seus filhos, em centenas de salvamentos na enseada e perigosa barra poveira.